Geraldo Maia é uma alma inquieta, no sentido positivo da expressão. Contemporâneo de Lenine, Zeh Rocha e Lula Queiroga, o músico diz estar em constante processo de transformação, sempre em busca do "inacabado".
AD Luna, músico e jornalista
Maracatu zen, fado eletrônico, samba trip hop, coco de rabeca , samba, baião, bendito, canções atemporais são exemplos da estética musical de Geraldo Maia. O repertório do artista é pautado em canções autorais, músicas inéditas, principalmente de autores recifenses, e alguns temas do cancioneiro nacional.
Seu trabalho ficou mais difundido a partir da trilha sonora do filme “Lisbela e o Prisioneiro”, do diretor Guel Arraes, interpretando A Deusa da Minha Rua ao lado do violonista Yamandu Costa.
Em seus discos, oito no total, o cantor homenageia os mais diversos gêneros da música popular, incluindo aí as múltiplas sonoridades do Nordeste do Brasil e de Portugal, país onde viveu de 1990 a 1999. Seus sambas não tem Lapa nem botecos cariocas. O que vale é o Poço da Panela e outros bairros do Recife. E com direito a vinhetas do folclore lusitano.
Geraldo define sua atual sonoridade como dramática, percussiva e vibrante. "Gosto muito de trabalhar no formato acústico e com o violão. Ele está na raiz da música brasileira", explica.
Acostumado a dividir o palco com nomes consagrados da MPB – a exemplo de Beto Guedes, Belchior, Zeca Baleiro, Zizi Possi e Milton Nascimento – o cantor e compositor tece inúmeros elogios aos jovens músicos da sua atual banda: Vinícius Sarmento (violão), Rodrigo Samico (violão), Amendoim e Negro Grilo (percussão), todos na casa dos 20 anos. "Apesar de novos, eu tenho aprendido muito com eles, pois trazem consigo novas informações".